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sábado, 20 de setembro de 2025

Market socialism is China's economic engine

Análise Geopolítica: A China, a Ordem Eurasiática e o Desafio ao Ocidente

O século XXI assiste a uma reconfiguração tectônica do poder global. 

No epicentro deste movimento está a República Popular da China, cuja ascensão de "fábrica do mundo" a uma superpotência tecnológica e geopolítica desafia a ordem estabelecida desde o fim da Guerra Fria. 

Este artigo analisa a engrenagem deste fenômeno através de três eixos interligados: a evolução do seu singular modelo "socialista-capitalista", a crescente influência da Organização para a Cooperação de Xangai (OCS) e o significado estratégico da recente Cúpula de Tianjin.

O Paradoxo do "Socialismo de Mercado": A Base do Poder Chinês

Para compreender a China de hoje, é preciso abandonar as dicotomias ocidentais. O sistema chinês, oficialmente um "socialismo de mercado", é um híbrido pragmático que funde o controle político centralizado do Partido Comunista (PCC) com dinâmicas de mercado agressivas. 

Iniciada no final da década de 1970 sob Deng Xiaoping, a política de "Reforma e Abertura" foi a faísca que incendiou décadas de crescimento exponencial. Xiaoping, afastando-se da ortodoxia maoísta, permitiu a experimentação econômica em Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), que funcionaram como laboratórios para o capitalismo, atraindo investimento estrangeiro e tecnologia.

Este modelo não é, contudo, um capitalismo de Estado convencional. O PCC mantém um controle férreo sobre setores estratégicos (energia, finanças, comunicações) e utiliza empresas estatais (SOEs) como instrumentos de política industrial e geopolítica. Ao mesmo tempo, permite que o setor privado, com gigantes como Alibaba e Huawei, inove e compita globalmente. 

Essa dualidade permite ao Estado planejar a longo prazo — como visto nos planos quinquenais e na ambição de liderar em inteligência artificial e semicondutores — enquanto o mercado garante eficiência e dinamismo. O resultado é um sistema com uma capacidade única de mobilizar recursos para objetivos nacionais, algo que as economias ocidentais, com sua separação entre Estado e mercado, têm dificuldade em replicar.

A Organização de Cooperação de Xangai (OCS): A Nova Ordem Eurasiática

Se o "socialismo de mercado" é o motor econômico da China, a OCS é um dos seus principais veículos geopolíticos. Fundada em 2001, a OCS evoluiu de um fórum focado em segurança fronteiriça na Ásia Central para um bloco político, econômico e de segurança que abrange uma vasta porção da Eurásia. Com membros como Rússia, Índia, Paquistão, Irã e, mais recentemente, Belarus, a organização representa cerca de 42% da população mundial e se posiciona como uma alternativa à arquitetura de segurança global dominada pelo Ocidente.

A recente cúpula em Tianjin, realizada entre agosto e setembro de 2025, consolidou essa tendência. O encontro não foi apenas uma reunião, mas uma demonstração de força e coesão em um momento de crescentes tensões com os Estados Unidos. A retórica da cúpula, centrada na "confiança mútua", no "desenvolvimento comum" e na rejeição da "mentalidade da Guerra Fria", é um contraponto direto à política de alianças e sanções liderada por Washington.

Para o Ocidente, a influência da OCS se manifesta de várias formas:

Desafios à Hegemonia do Dólar: Propostas como a criação de um Banco de Cooperação de Xangai visam reduzir a dependência de instituições como o FMI e o Banco Mundial, onde os EUA detêm poder de veto.

Segurança Energética: A coordenação dentro do "Clube de Energia" da OCS oferece à Rússia e a outros produtores um mercado resiliente às sanções ocidentais.

Cooperação Militar e Tecnológica: Exercícios militares conjuntos e a cooperação em inteligência artificial e segurança cibernética fortalecem a interoperabilidade entre os membros, criando um contrapeso à OTAN.

A OCS, sob forte influência de Pequim e Moscou, está efetivamente construindo uma esfera de influência que busca operar sob suas próprias regras, desafiando a universalidade das normas ocidentais.

A Cúpula de Tianjin: Inteligência Artificial e a Guerra Fria Tecnológica

Paralelamente à cúpula da OCS, Tianjin também sedia o Congresso Mundial de Inteligência (World Intelligence Congress), um evento que expõe a outra frente da rivalidade global: a tecnológica. Enquanto a China conclama por cooperação global no desenvolvimento da IA, o evento deste ano viu uma participação reduzida de empresas ocidentais, um reflexo direto da "guerra dos chips" e dos esforços dos EUA para conter o avanço tecnológico chinês.

Os EUA impuseram restrições severas à exportação de semicondutores avançados e equipamentos de fabricação para a China, visando retardar seu progresso em IA e supercomputação. A resposta de Pequim tem sido dupla: investir maciçamente na autossuficiência de sua indústria de chips e controlar a exportação de minerais críticos, como gálio e germânio, essenciais para a produção de semicondutores no Ocidente.

A Cúpula de Tianjin, portanto, simboliza o nexo da estratégia chinesa: usar a cooperação diplomática (OCS) para construir uma frente geopolítica unida, enquanto acelera o desenvolvimento tecnológico doméstico para superar as restrições ocidentais e alcançar a supremacia em áreas críticas do futuro.

Conclusão: Um Mundo em Transformação

A ascensão da China, impulsionada por seu modelo econômico único e projetada através de plataformas como a OCS, não busca apenas um lugar à mesa do poder global; busca redesenhá-la. 

A Cúpula de Tianjin foi um microcosmo dessa ambição, demonstrando a capacidade chinesa de congregar nações em torno de uma visão alternativa de ordem mundial, menos dependente e, por vezes, abertamente desafiadora ao Ocidente. 

O mundo não está apenas se tornando multipolar; está testemunhando o surgimento de um ecossistema geopolítico e tecnológico paralelo, com a China em seu centro. A forma como o Ocidente responderá a este desafio definirá a paisagem internacional nas próximas décadas.

Texto e informações por: Manus Set 2025 Free Version. Free Research Preview. (sem alterações) 

Da "rota da seda" ao "e-commerce"!

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